Um auxílio adicional para sistematizar conceitos e adquirir mais agilidade.
Acho (sem tanta certeza) que finalmente entendi por que não usamos livros didáticos no EF-1: eles não são adequados para o método que desenvolvemos. Olhando para os livros didáticos que recebi de várias editoras, percebi que 1) os do primeiro ano são escritos em caixa alta, quando alfabetizamos em cursiva; 2) trazem explicações que não precisamos, porque usamos materiais concretos; 3) trazem alguns exercícios que poderiam ser contextualizados de outra forma, conforme o jeito que fazemos as apresentações dos conceitos; 4) faltam exercícios para alguns conceitos que já trabalhamos (por exemplo, os quadrados e os cubos, as frações etc.)
Mas senti falta de mais sistematização, tanto em matemática como em linguagem. Então... para a matemática, fiz almanaques. Fiz 2 almanaques, cada um com 101 exercícios. O primeiro nível está em letra cursiva e o segundo já está em letra imprensa. Ainda pretendo fazer o nível 3. Alternei exercícios mais lúdicos, como os sudokus, com exercícios mais "tipo kumon", exercitando as operações, exercícios de medidas, problemas, cálculo de perímetros e áreas, entre outros.
E quis ver o que ia acontecer quando entregasse os almanaques para os alunos. Foi um frenesi! Eles adoraram! Bom... eles já adoram matemática, porque realmente a matemática em Montessori é um encanto. E o que eu gostei é que o almanaque não desapontou nesse quesito afetivo. Eles realmente o encararam como um desafio bacana.
O que eu achei bem curioso é que eles não fazem na ordem. Folheiam e escolhem uns para fazer, depois escolhem outros. Depois voltam para ver o que não fizeram e completar. Resolvem alguns individualmente em casa, resolvem outros em pequenos grupos. Discutem as ideias e as soluções encontradas.
Faço alguns exercícios com eles em sala, modelando a forma de pensar e resolver e auxiliando na leitura (porque os almanaques estão em inglês). E como há exercícios do mesmo tipo algumas páginas para frente, deixo que continuem sem a minha presença.
Quero relatar os principais ganhos que vi no uso do almanaque até o momento:
1) excelente para lições de casa (minha escola não passa lições de casa porque trabalhamos semi-integral, mas na pandemia tivemos horários reduzidos e precisamos apelar para a estratégia);
2) alunos estão lendo melhor em inglês, porque fiz o almanaque com enunciados bem simples (quase lacunares). Como o foco do enunciado não é a leitura, mas a compreensão, e também como, quando coloquei textos maiores em inglês, a atividade matemática era bem simples, eles realmente começaram a ganhar mais confiança na leitura.
3) eles estão fazendo contas de cabeça com maior agilidade.
4) Eles percebem pontos que precisam de maior enfoque e buscam os materiais de movimento correspondentes nas prateleiras.
5) eles estão fazendo muito mais matemática, e com muito maior confiança e rapidez.
Fiquei feliz e aliviada. Porque realmente senti uma lacuna, a partir do segundo ano, na sistematização de conceitos e no exercício da matemática. No primeiro ano não senti falta. Mas com os meus segundos anos, senti. Vi que eles podiam mais e ainda estavam patinando no 7+8, mas ao mesmo tempo não pegavam mais os materiais de movimento das prateleiras.
Agora estou elaborando um almanaque para linguagem, hehehe
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